BIOMETRIA DE FRUTOS COMO FERRAMENTA PARA MELHORAR A PRÁTICA EXTRATIVISTA DE JATOBÁ NO BRASIL

Autores

  • Alana Pontes Sun de Souza Faculdade de Tecnologia de Botucatu-FATEC
  • Dayane Mércia Ribeiro Silva Universidade Estadual Paulista-UNESP / Campus Botucatu/SP
  • Magali Leonel Universidade Estadual Paulista-UNESP / Campus Botucatu/SP
  • Hebert Teixeira Cândido Universidade Estadual Paulista-UNESP/Botucatu

Resumo

O Jatobá é uma árvore nativa da Floresta Estacional da Bacia do Paraná e da Floresta Amazônica no Brasil. Essa espécie de ampla distribuição pelo território nacional tem grande importância para a fauna e apresenta potencial para o extrativismo, o qual já ocorre em certas localidades. Do ponto de vista alimentar, os frutos podem ser consumidos in natura, utilizados para confecção de produtos alimentícios a partir de sua polpa farinácea e bebidas. A farinha da polpa apresenta elevado teor de fibras e vitamina C, além de consideráveis teores de potássio, fósforo, cálcio e magnésio. Entretanto, ainda são escassos os estudos sobre a caracterização biométrica dos frutos, bem como, a massa ideal para a coleta visando melhorias no extrativismo sustentável dessa espécie. Ao se considerar as práticas de conservação dos recursos naturais, manutenção estrutural do ecossistema e suas funções, destinação adequada dos resíduos da produção, dentre outras recomendações presentes na Instrução Normativa para o Extrativismo Sustentável Orgânico, o presente trabalho teve como objetivo caracterizar o fruto de jatobá e fornecer subsídios para a escolha do material a ser coletado: àqueles que apresentam maior rendimento de polpa e menor acúmulo de resíduos do processamento. Assim, espera-se contribuir com informações para a população extrativista a respeito desse recurso alimentar. A caracterização ocorreu a partir de uma amostra de 50 (frutos) e 94 (sementes), os quais foram coletados e avaliados no mês de agosto de 2018. O local de coleta (latitude 22.843 S; longitude 48.425 W e 810 m de altitude) apresenta clima classificado como Cfa pelo método de Köppen, com temperaturas superiores aos 22 ºC no verão e precipitação maior que 30 mm de chuva no mês mais seco. As variáveis analisadas foram: comprimento, largura, espessura, circunferência, massa, umidade (estufa com circulação de ar a 105°C), número de sementes por fruto e rendimento (polpa, semente e casca). Para a caracterização, os dados foram analisados por meio de estatística descritiva (média, desvio padrão, frequência e valores máximo e mínimo) e submetidos ao teste de normalidade Shapiro-Wilk.  Utilizou-se correlação e teste t para identificar as variáveis que interferem no rendimento de polpa e número de sementes por fruto. Após o teste t, aplicou-se o teste de Dunnett para comparação de médias. Dessa forma, os frutos foram separados em cinco tratamentos de acordo com sua massa de matéria fresca: até 35,24g (T1); de 35,25g até 42,52g (T2); 42,53g até 51,03g (T3); 51,04g até 64,82g (T4) e frutos com mais de 64,82g (T5). Notou-se que as cascas acumulam 62,06 (g. hg-1) da alocação da biomassa total, enquanto que a polpa e sementes acumulam respectivamente 21,14 (g. hg-1) e 16,79 (g. hg-1). A largura (41mm) e número de sementes (1,9) dos frutos apresentam distribuição normal. As sementes apresentam normalidade para o comprimento (25mm), largura (17mm) e espessura (14mm). Frutos menores (massa < 65g) possuem maior rendimento de polpa e menor número de sementes, assim, frutos maiores (massa > 65g), quando deixados na mata, aumentam a possibilidade de gerar novos indivíduos e propiciam maior ciclagem de nutrientes.

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Publicado

2019-12-19