Escutamos muito a palavra colaboração e colaborativo.. Mas, você já parou pra pensar quais as diferenças entre o trabalho em equipe e a colaboração? É o que vamos discutir hoje e também vou falar de 4 competências que podemos desenvolver para estimular a colaboração! O trabalho em colaboração é muito potente. Ele otimiza recursos, aumenta a produtividade, dá consistência aos projetos e processos do dia a dia. Também promove a criatividade pela troca de idéias e experiências. Mas quem pensa o trabalho desta forma sabe que pode ser muito difícil se as pessoas não compartilham certos valores e não buscam criar uma cultura de colaboração. Sabendo desta dificuldade, o Blog Colaborativa será um espaço pra gente pensar, a partir das experiências do dia a dia, sobre as maravilhas e dificuldades do trabalho em colaboração. Desta forma, nosso propósito é transformar o modo como trabalhamos e ajudar profissionais e organizações a criar cultura de colaboração. Artigo: Colaboração ou trabalho em equipe? Trabalho em equipe ou colaboração? – Coliseu de Roma Na minha história profissional, pude trabalhar em muitos projetos em grandes e pequenas empresas, projetos com investimentos privados e projetos públicos. Uma coisa que eu observei nessa trajetória foi: o individualismo e a competição superam a colaboração. O resultado? Projetos que não acontecem, disputas e processos de trabalho que não funcionam por falta de envolvimento das pessoas no desenvolvimento coletivo do trabalho. Assim, voltando à pergunta inicial: Podemos dizer que trabalhar em equipe ou em colaboração são a mesma coisa? Acredito que não! Artigo: Colaboração ou trabalho em equipe? Então vamos pensar num exemplo extremo, mas ilustrativo pra gente visualizar bem as diferenças: Imagine as pessoas que participaram da construção do Coliseu de Roma. Alguém discorda que foi preciso muito trabalho em equipe? Porque foram necessárias milhares de pessoas para realizá-lo [Estimado uso de 100 mil escravos/prisioneiros] e houve um elaborado trabalho de comunicação e coordenação das atividades. Mas qual a diferença então? Experimenta contestar ou deixar de fazer o que te obrigaram e você pode imaginar o que iria acontecer! Nada parecido com que vivemos hoje, certo!? Com certeza seria muito bom experimentar maior autonomia e distribuição de poder nas organizações, mas infelizmente ainda observamos hoje em dia o pensamento herdado de anos de história de separação e controle sobre as pessoas. Menos controle, mais autonomia Assim, acontece que a possibilidade de participação nas decisões e na criação ainda é muito pequena e essa é uma grande diferença! Estamos na era da participação então todos querem e podem contribuir. Essa foi uma das motivações para criação da Colaborativa. No entanto, o trabalho em colaboração é diferente porque as pessoas deveriam ter mais liberdade pra escolher em quais atividades elas querem se envolver baseadas no seu conhecimento, no propósito e desejo que possuem em fazer alguma causa ou projeto acontecer. Isso é uma grande diferença que ficam em segundo plano muitas vezes. E tem mais! Você não é mais competente individualmente [A pessoa que se destaca sozinha], porque você é um profissional valorizado dentro do contexto da sua rede ou grupo. Para Pierre Lévy, no livro As tecnologias da inteligência: Não sou “eu” que sou inteligente, mas “eu” com o grupo humano do qual sou membro, com minha língua, com toda uma herança de métodos e tecnologias intelectuais. 4 Competências Bom, deu pra perceber a complexidade envolvida no conceito de colaboração [Quis representar essa visão no mapa mental destaque deste texto], mas vamos tentar deixar as coisas de um jeito mais simples agora? Vou listar 4 competências que precisamos desenvolver não só individualmente, mas em grupo: Organizações horizontais e flexíveis. Você vai trabalhar num grupo onde as lideranças não são fixas e mudam constantemente conforme os desafios e habilidades demandadas por eles. Como deixar as funções tão rígidas se as coisas mudam o tempo todo? Além disso, é preciso dominar a linguagem dos aplicativos e recursos de tecnologia da informação disponíveis hoje para facilitar a colaboração [E que, muitas pessoas usam muito pouco]. Estratégia Ágil. Definir objetivos em comum, de forma participativa, é a base para a colaboração. Assim a equipe pode “olhar para a mesma direção” e ter autonomia para colaborar. Também é preciso trabalhar as habilidades para comunicação da estratégia à todos os envolvidos, desenvolvendo fortemente o pensamento e comunicação visual. Abertura ao novo. Para trocar com colegas e saber conviver com visões [As vezes] muito diferentes, mas que certamente complementam a sua e trazem valor para o grupo. Abertura para compartilhar conhecimento, testar e tentar coisas novas com o objetivo de inovar. Confiança. Essencial para que o outro tenha autonomia de decisão, contribua para um ambiente criativo e possa efetivamente colaborar e não competir.
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA RESUMO: Atualmente a sociedade que vivemos enfrenta constantes mudanças em todos os contextos, a educação contemporânea e os docentes buscam estratégias para modificar a educação tradicional. Com os avanços tecnológicos a educação busca encontrar maneiras para atender as demandas da sociedade moderna. E diante de inúmeras mudanças o professor tem o papel importante de mediador, que busca despertar o interesse proporcionando desafios na sala de aula. O discente precisa estar consciente sobre sua importância na transformação da sociedade em que vive, precisa estar preparado para ser o protagonista da sua própria realidade. E diante desses fatores o docente busca conhecer a realidade social dos alunos e da comunidade escolar e o planejamento participativo é uma estratégia que permite ampliar esse conhecimento, proporcionando aos alunos exercer suas opiniões, emoções e realidade, através de discussões coletivas promovendo a formação de cidadãos pensantes, transformadores e conscientes da sua responsabilidade para construção de uma sociedade mais digna e justa para todos.Palavras-chave: Protagonista; Realidade Social; Planejamento Participativo; INTRODUÇÃO Atualmente, compreendemos a importância de inserir os educandos e suas realidades sociais nos conteúdos aplicados nas aulas, integrar os alunos no processo de construção do próprio aprendizado.Para conhecer as necessidades dos alunos é importante que o docente conheça suas realidades e necessidades e para que isso aconteça, o professor precisa realizar um planejamento que permita destacar as metas, objetivos e o papel social na escola.E para que haja sucesso ao incluir suas necessidades de aprendizagem, é indispensável que o docente conheça as reais experiências de vidas dos seus alunos, e do que o mesmo observa e participa na comunidade que está inserido, um instrumento que pode auxiliar o professor nesse conhecimento é analisar minuciosamente o Projeto Político Pedagógico da escola, que possui informações sobre a comunidade e sobre os objetivos da escola para esses alunos.O projeto político pedagógico é um documento que auxilia diretamente na elaboração do planejamento de ensino, porém constitui-se em um processo elaborado para atender as necessidades da escola como um todo, e cada turma possui sua particularidade e cada aluno sua individualidade, por isso o planejamento de ensino é importante, pois consegue envolver o cotidiano do aluno diretamente com o professor e o mesmo é capaz de interagir e colocar em ação planos para atender as reais necessidades de ensino e aprendizagem. Compreendendo a importância do conhecimento dos educadores na real necessidade de aprendizagem dos educandos, o objetivo do planejamento é buscar maneiras de introduzir o aluno na elaboração do próprio processo de ensino, através do planejamento participativo.O planejamento participativo tem como principal objetivo uma tomada de decisões com uma visão integrada de todos os envolvidos na comunidade escolar.Ressaltando a importância em aguçar em nossas crianças e jovens o protagonismo, desenvolvimento da autonomia e o exercício da cidadania, ao promover diálogos, reflexão e discussões coletivas, visando constituir valores, criticidade e transformadores da própria realidade. A INFLUÊNCIA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PARA O PLANEJAMENTO ESCOLAR De acordo com Freitas (2015), o PPP se tornou uma exigência dos artigos 12, 13, 14 e 15 da LDB/96, que estabelece que a escola deve elaborar o PPP para que se dê uma identidade para a escola, envolvendo os docentes, discentes, administradores, pais e servidores. Que busca juntar a comunidade Revista para a construção democrática do projeto escolar.A participação de toda comunidade escolar para realizar a construção do PPP, é de grande importância pois os funcionários, os alunos, as famílias e a comunidade interferem diretamente no cotidiano escolar, e através de reflexões dessa comunidade o projeto elaborado será capaz de retratar a realidade global da comunidade escolar e a equipe terá conhecimento dessa realidade em todos os seguimentos.Segundo Veiga (2005), o Projeto Político-Pedagógico precisa estar articulado ao compromisso e interesse reais e coletivos da população, e deve considerar como um processo para permanente reflexão e discussão dos problemas da escola, propiciando uma vivência democrática de decisões, com participação de toda comunidade escolar e o exercício da cidadania.Para Veiga (2005), alguns princípios devem nortear a construção do PPP da escola democrática, pública e gratuita. A igualdade de condições de acesso e permanência na escola, a qualidade de ensino, não ser privilegio de minorias econômicas e sociais, a gestão democrática que abrange dimensões pedagógicas, administrativas e financeiras, ser um compromisso na construção coletiva para repensar os problemas da escola, liberdade e autonomia para construir a identidade escolar e a valorização do magistério através da formação continuada. O PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO De acordo com Santos, Ferri e Macedo (2012), a sociedade contemporânea regida pelo conhecimento, pela tecnologia e pelo consumo, rompeu muitos paradigmas pedagógicos e colocou as escolas diante de novos desafios a serem enfrentados para que respondam as expectativas sociais e potencializar o princípio de aprendizagem para todos, abordando diferentes áreas e ciências, permitindo reflexões mais completas, complexas e críticas a educação e a sociedade. Para Gandin (2011), os tipos de planejamento que os coordenadores pedagógicos geralmente encontram, são repetitivos e sem sentido (apenas para satisfazer as formalidades burocráticas da instituição), mas quando pensamos na educação escolar como um processo de (re) construção social e de formação do O Projeto Político-Pedagógico visa descentralizar e atribuir autonomia para a comunidade escolar, refletindo coletivamente sobre os problemas e necessidades da escola, compreendendo a realidade social da comunidade, e através das decisões elaborar o projeto, que deverá ser colocado em prática diariamente na sala de aula, portanto o docente precisa inserir essas necessidades e conhecimento da comunidade no seu planejamento escolar, para contribuir diretamente com o PPP ser humano, buscamos um planejamento comprometido com as ideias de transformação social, que constitui como ferramenta para definir e transformar as realidades.Atualmente a sociedade que estamos vivendo, os valores estão em crise, relações sociais são injustas e apenas uma pequena parte da população participa do poder, se idealizarmos uma sociedade mais ética, humana, solidária e justa, precisamos nos preocupar com a construção de cidadãos, capazes de julgar a realidade e interferir de forma crítica e consciente Gandin (2011).De acordo com Ganzeli (2000), nos últimos anos com os avanços das políticas educacionais que visam a descentralização, a gestão da unidade escolar passou a receber mais atenção e ampliar mais as suas responsabilidades para a melhoria da qualidade de ensino, através do processo de planejamento que incorpore toda a comunidade escolar.Para Ganzeli (2000), o planejamento é caracterizado pelo processo contínuo de planejar, acompanhar, avaliar e replanejar. Realizar um levantamento dos problemas que envolvam a comunidade escolar e que afetam diretamente a escola, e após analisar com a colaboração de todos, refletindo e discutindo sobre soluções propostas para resolução desses problemas.Para Santos, Ferri e Macedo (2012), o planejamento é um recurso dialógico e um instrumento de organização do trabalho escolar, que visa empreender práticas democráticas, com participação, interação, cooperação e responsabilidade, buscando promover as transformações necessárias almejadas no Projeto Político-Pedagógico.O Planejamento Participativo é um processo de organização do trabalho coletivo da comunidade, onde a realidade da escola deve ser pensada e planejada, a participação de todos os envolvidos para decisões, garante um debate democrático e favorece a execução dos compromissos construídos, a participação deve ser entendida como um processo de aprendizagem que visam a formação do cidadão e uma escola verdadeiramente democrática Ganzeli (2000).Nesse processo coletivo de pensar a escola, faz-se necessário refletir sobre os indicadores educacionais: taxa de reprovação, taxa de aprovação, evasão escolar, rendimento dos alunos nas avaliações, nível de proficiência dos alunos nas avaliações externas, índice de aproveitamento dos alunos nas aulas de recuperação paralela, entre outros, que como elementos técnicos próprios do processo ensino aprendizagem sinalizam as dificuldades apresentadas pelos alunos no processo e que servem para tomada de consciência e encaminhamento de ações para sua superação e, consequente obtenção do sucesso escolar de todos. (SANTOS, FERRI E MACEDO 2012, p. 180)Diante das complexas tarefas, dispondo com a colaboração e a participação coletiva de toda comunidade escolar, os sujeitos estão responsáveis pelas reflexões e tomadas de decisões, a instituição precisa reconhecer o papel do protagonismo junto à comunidade ao promover as práticas democráticas capazes de envolver as pessoas e tornar os objetivos comuns para assim causar transformações necessárias para atender as demandas da sociedade e dos indivíduos que dela fazem parte. Santos, Ferri e Macedo (2012).Uma ferramenta necessária e que deve ser demasiadamente utilizada é a auto avaliação, que permite conduzir uma melhor organização do trabalho escolar, através dela
Resumo: A leitura e a escrita são pontes incontestáveis para que haja uma inclusão do indivíduo dentro da sociedade. Tendo a escola à responsabilidade de sistematizar esses saberes, salienta-se que não é papel apenas do professor de língua portuguesa utilizar-se do texto para que haja uma aquisição significativa da linguagem. Outras disciplinas do Ensino Fundamental deveriam utilizar textos concretizados através dos gêneros disponíveis na sociedade e tipos formando conjunto com fim comum: a inserção do aluno no mundo letrado. Reconhecendo sua importância na sala de aula sugerimos que a utilização do texto aconteça com mais freqüência e que este uso possa articular-se coerentemente dentro de uma proposta interdisciplinar articulada entre as áreas de conhecimento. Diante dos resultados obtidos nos exames que avaliam o nível de leitura dos como o ENEM, SAEPE entre outros, observar o espaço que essa prática ocupa no cotidiano escolar faz-se necessário uma vez que, mesmo com tantas pesquisas dedicadas ao tema, o fantasma do analfabetismo funcional acompanha os brasileiros em pleno séc. XXI. No entanto, não podemos atribuir toda a culpa apenas ao professor, pois há diversos fatores que comprometem o processo de ensino-aprendizagem, como, por exemplo, os aspectos físicos da escola, condições de trabalho, entre outros. Todavia, no presente trabalho, deter-nos-emos a observar qual o espaço dedicado à diversidade textual na sala de aula e, por conseguinte, qual o tratamento dado à leitura no cotidiano escolar mais especificamente nas aulas de outras disciplinas, uma vez que o trabalho com a diversidade textual já se incorporou nas aulas de língua portuguesa e língua estrangeira devido aos apelos dos Parâmetros Curriculares Nacionais e ao grande número de publicações na área, publicações estas geralmente divulgadas nos cursos de Letras. Segundo as orientações apresentadas pelos PCN, todo professor, independente da sua área de formação, deve ter o texto como instrumento de trabalho. Este, por sua vez, deveria ocupar lugar de destaque no cotidiano escolar, pois, através do trabalho orientado para leitura, o aluno deveria conseguir apreender conceitos, apresentar informações novas, comparar pontos de vista, argumentar, etc. Dessa forma, o aluno poderá caminhar adiante na conquista de sua autonomia no processo de aprendizado. No entanto, o que se observa é que construir habilidades e competências que envolvam a leitura e a produção textual é papel atribuído apenas e tão somente aos professores de língua, limitando o espaço do texto na escola. No presente trabalho, utilizamos o método etnográfico quantitativo através do qual pudemos verificar o espaço dedicado ao texto em seu cotidiano escolar, assim como investigar a formação dos professores. Nosso corpus é composto por oito professores do Ensino Fundamental II de escolas da região metropolitana de Recife. Para orientar nosso trabalho, tomaremos como base as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais apoiar-nos-emos nas contribuições de BAKTHIN (2003), SCHNEUWLY e DOLZ (1999), CRISTÓVÂO e NASCIMENTO (2006) e MATÊNCIO (2000). O texto e seu espaço na sala de aula Durante muito tempo o espaço do texto ficou relegado ao trabalho com análise lingüística, o ensino tradicional tomava como unidade de estudo a estrutura da oração e do período. A partir da década de oitenta, opondo-se a essa maneira de ensino da língua portuguesa, começam a despontar propostas de trabalho que tomam o texto como unidade de estudo essencial e com o reflexo das contribuições da Lingüística Textual, da Teoria dos gêneros, da Sociolingüística, da Análise do Discurso, passou-se a ver o texto como unidade básica da interação verbal. Tomamos como base, o conceito de gênero textual apresentado por Bakthin (1997). Segundo ele, os gêneros textuais são formas relativamente estáveis de enunciados que se definem por aspectos relacionados ao conteúdo, à composição estrutural e aos traços lingüísticos, extremamente ligados aos contextos (condições e finalidades) nos quais estão inseridos. É por esta dependência com relação ao contexto que eles são historicamente variáveis. Assim, a imensa diversidade de gêneros é que forma a língua. As práticas pedagógicas de língua materna tem sido alvo de uma constante preocupação. Afinal, muitas são as dificuldades dos alunos no que diz respeito ao desenvolvimento da proficiência em leitura e compreensão de texto. No entanto, não podemos esquecer que é papel da escola como um todo tornar nossos alunos capazes de utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo fazer uso de informações contidas nos textos, bem como conhecer e analisar criticamente os usos da língua como veículo de valores e preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia. Logo, não só o professor de Língua Portuguesa, mas o corpo docente como um TODO deve ser responsável pela a trajetória de sucessos e de insucessos que acompanha a formação do alunado. Se nosso objetivo enquanto educadores é promover o processo de ensino-aprendizagem, devemos perceber que a linguagem é o meio pelo qual nossa ação se concretiza, por isso devemos consubstancialmente desenvolvê-la. Dessa forma, se compreendemos o texto como sendo a unidade básica da linguagem verbal, devemos utilizá-lo como instrumento em nossas aulas e torná-lo mais presente no cotidiano escolar dos nossos alunos trazendo para o contexto educacional os diversos gêneros textuais disponíveis na sociedade. Quanto a isso, n os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.30) afirma-se que: “Cabe a escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos que circulam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los. Isso inclui os textos das diferentes disciplinas, com os quais o aluno se defronta sistematicamente no cotidiano escolar e, mesmo assim, não consegue manejar, pois não há um trabalho planejado com essa finalidade”. (PCN, 1997, p.30) O gênero com meio de articulação entre as áreas de conhecimento Considerando o que foi acima apresentado, percebemos a necessidade de um ensino de língua que esteja de acordo com o contexto no qual estão inseridos os indivíduos presentes no processo ensino-aprendizagem em evidência. Não se devem artificializar o contato desses indivíduos com sua língua materna. Ao contrário, a escola deve procurar envolver seus alunos em situações concretas de uso da língua, de modo que consigam, de forma criativa e consciente, escolher meios adequados aos fins que se deseja alcançar. Pois, como bem afirma Schneuwly e Dolz (1999), a escola é sim um lugar original de comunicação. Ao inserirmos a diversidade de gêneros nas práticas didáticas, colocamos o aluno em contato com gêneros textuais que são produzidos fora da escola, em diferentes áreas de conhecimento, para que ele reconheça as particularidades do maior número possível deles, e possa preparar-se para usá-los de modo competente quando estiver em espaços sociais não escolares. Além disso, ao explorar a diversidade textual, o professor aproxima o aluno das situações originais de produção dos textos não escolares, como situações de produção de textos jornalísticos, científicos, literários, médicos, jurídicos, etc. Essa aproximação proporciona condições para que o aluno compreenda como nascem os diferentes gêneros textuais, apropriando-se, a partir disso, de suas peculiaridades, o que facilita o domínio que deverá ter sobre eles. Trabalhar com gêneros textuais permite ainda a articulação das atividades entre as áreas de conhecimento, contribuindo diretamente para o aprendizado significativo de prática de leitura, produção e compreensão. De acordo com os Parâmetros curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, Quando entram na escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel modelizador, servindo como fonte de referência, repertório textual, suporte de atividade intertextual. A diversidade textual que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno. (PCN, 1997, p.34) Como podemos perceber, o texto deve ser um instrumento que deverá unir os conteúdos das disciplinas a um contexto social que deverá instigar a leitura, provocando reflexão, portanto, não tem sentido que aulas de Português, Matemática, História, Geografia, Ciências e outras tenham como referência para o ensino apenas o que for fornecido pelos livros didáticos, e também não tem sentido que mesmo trabalhando com outros gêneros, os utilizemos como pretexto apenas. Dessa forma, uma seleção variada de gêneros seria muito útil para orientar a programação curricular, seja enquanto definição de princípios seja enquanto delimitação de objetivos, conteúdos e atividades.