ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-AMBIENTAL DOS COMBUSTÍVEIS APLICADOS EM GRUPOS MOTOR-GERADORES (GMG) INSTALADOS NO AGRONEGÓCIO PARA OS SETORES DE SUÍNO E BOVINOCULTURA.

Autores

  • Marcio Zamboti Fortes Universidade Federal Fluminense-UFF
  • Elvanger Santos Cardoso Universidade Federal Fluminense-UFF
  • Eduardo Henrique Medeiros da Silva Universidade Federal Fluminense-UFF
  • Antonio Cesar Guimarães Motta Filho Universidade Federal Fluminense-UFF

Resumo

Este trabalho tem como objetivo principal quantificar as emissões de gases de efeito estufa (GEE), emitidos na atmosfera, durante o processo de combustão do grupo motor-gerador (GMG), quando este equipamento estiver operando, separadamente, com biogás, gasolina e gás natural veicular (GNV). Dessa forma, a fim de avaliar a viabilidade econômico-ambiental, com relação aos três tipos de combustíveis, empregados nos sistemas de cogeração, foi realizado um estudo dos principais fatores encontrados em biogás, GNV e gasolina. Nesse contexto, por meio de pesquisa exploratoria, buscou-se efetuar uma análise comparativa dos seguintes parâmetros: eficiência global; emissões de GEE; e custos mensais, provenientes dos volumes consumidos pelo GMG quando operando com diferentes tipos de combustíveis (biogás, GNV e gasolina). De acordo com os testes realizados, referenciados em outras pesquisas e considerando diversos valores de carga aplicada (25, 50, 75 e 100 %) ao GMG, a gasolina foi o combustível que apresentou maiores desvantagens em relação aos outros, ou seja, além de ser mais poluente, também demonstrou ser o combustivel mais oneroso em comparação ao biogás e GNV. Nas análises e comparações efetuadas, foi atestado que, o custo mensal, referente ao volume de biogás consumido pelo GMG, ficou bem abaixo dos valores encontrados para o GNV e a gasolina. Portanto, se a viabilidade econômica for assumida como fator mais preponderante, durante à fase de projeto ou implantação, o biogás é o combustível mais indicado, porém, caso a redução dos impactos ambientais, causados pelas emissões de GEE, seja considerada mais importante, o GNV é o combustível mais adequado para ser utilizado em GMG aplicado à cogeração considerando sistemas de pequena potência.

Biografia do Autor

Marcio Zamboti Fortes, Universidade Federal Fluminense-UFF

Possui graduação em Engenharia Eletrica pela Universidade Severino Sombra (1991), Especialização em Manutenção pela UFRJ/UPADI (1999), MBA em Gestão de Negócios (IBMEC-2009), Mestrado em Engenharia de Energia pela Universidade Federal de Itajubá (2000) e Doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (2007). É professor Associado III da Universidade Federal Fluminense (UFF) e atua nos Mestrados de Engenharia Elétrica e Telecomunicações e Profissional em Montagem Industrial. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em conservação e qualidade de energia, atuando principalmente nos seguintes temas: medição eletrônica, eletrônica de potência, gestão da manutenção e automação .

Elvanger Santos Cardoso, Universidade Federal Fluminense-UFF

Possui Mestrado Profissional em Montagem Industrial pela Universidade Federal Fluminense - UFF. Tem experiência nas áreas de: instrumentação e elétrica industriais e navais, onde atuou em fiscalização, manutenção e supervisão dos diversos sistemas e equipamentos eletroeletrônicos (radares, sensores, armamentos, sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia). 1 - Período de 2010 a 2022: Engenheiro Eletricista da Marinha do Brasil. Função e atribuições: Encarregado da Divisão de computadores e sistemas de armas dos Navios de Superfície do Centro de Apoio a Sistemas Operativos (CASOP); Encarregado da Divisão de sensores e radares da Corveta ?Julio de Noronha ? V32?; e Encarregado da Divisão do Sistema de Eletricidade e das Máquinas Auxiliares (Máquinas de Combustão Auxiliares - MCA, Grupos Geradores ? GMG, Unidades de Resfriamento de Água- URA, entre outras) da Corveta ?Julio de Noronha ? V32?. 2 - Período de 2009: Engenheiro Eletricista da empresa HWM ENGENHARIA. Atribuições: construção, montagem e manutenção de algumas Linhas de Transmissão de Energia Elétrica, pertencentes à CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco); 3 - Período de 2008 a 2009: Técnico do Controle da Qualidade Sênior da Empresa MONTCALM (Montagem de Tubulação, Caldeiraria e Mecânica). Atribuições: construção, montagem e fiscalização do projeto da empresa VCP (Votoranttim Celulose e Papel), a fim de garantir a qualidade dos serviços relacionados às montagens industriais voltadas para as áreas de elétrica, instrumentação, comando e controle; e Assistente Técnico do Controle da Qualidade da Empresa MONTCALM (Montagem de Tubulação, Caldeiraria e Mecânica), onde atuou na construção/montagens da empresa BAHIA PULP, bem como nas revisões dos relatórios e procedimentos técnicos voltados para as áreas de elétrica, instrumentação, comando e controle.

Eduardo Henrique Medeiros da Silva, Universidade Federal Fluminense-UFF

Engenheiro Civil pela Universidade Federal Fluminense (2009). Mestrando em Montagem Industrial (MPMI) pela Universidade Federal Fluminense no programa de pós graduação Strictu Sensu Engenharia Mecânica. Linha de pesquisa direcionada para sustentabilidade nas serralherias industriais, uso da modelagem em arquivos IFP para redução de sucatas no processo de produção. BIM (Building Information Modeling).

Antonio Cesar Guimarães Motta Filho, Universidade Federal Fluminense-UFF

Possui graduação em Engenharia Industrial Elétrica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (1995). 
Mais de 20 anos de atuação em empresas de grande porte, nas áreas de Engenharia e Manutenção.
Atuação como Engenheiro e Coordenação de equipes nas áreas de Projetos e Manutenção industrial englobando diversos setores: Utilidades, Mecânica, Civil, Serralheria, Elétrica e Manutenção de Produção e atual Coordenação da área de Segurança do Trabalho.
Trabalhou como Expert em Lean Sigma, desenvolvendo e orientando trabalhos de Excelência Operacional (aplicação de ferramentas de qualidade)

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Publicado

2022-12-19